Algo que digo muito quando me identifico e gosto muito alguém é “fulano é ímpar”. Você já deve saber que chamar alguém de ímpar é explicitar que essa pessoa destaca-se facilmente dentre os demais. Sendo assim, acabei tornando uma prioridade em minha vida conviver apenas com, isso mesmo, pessoas ímpares.
Só com pessoas ímpares o silêncio não é constrangedor. É necessário certa intimidade elevada para que a ausência do verbo não cause desconforto. Mas quando estamos diante daqueles que nos permitem apenas ser, a falta da troca de palavras é algo sem importância. Seja no momento que for.
O contrário, o totalmente oposto, também acontece. Uma pessoa ímpar se sente à vontade para ser ela mesma e soltar o verbo que for necessário na sua frente. Aquele amigue que sabe te dizer da forma e na hora certa que tu estás errado? Já pode chamar de ímpar. E existe uma infinidade de qualidades que pode tornar uma pessoa diferente das outras de forma a nos fazer tê-la como ímpar. No entanto, me peguei pensando em um sentido mais profundo para aplicar essa palavrinha.
Posso afirmar que o ímpar, tal qual o número um, nosso primeiro exemplo de número ímpar, é aquele que não precisa de complemento. Sim, ele se faz único e inteiro por si só. O que me leva a afirmar também que o ímpar é aquele que não sente a necessidade de estar acompanhado. Algo que tenho vivido no momento. E assim me descobri ímpar. E não, não estou me achando especial. Estou apenas afirmando que o fato de me sentir bem sozinho e sem ter qualquer tipo de relação me leva a crer que sou bom sendo um, logo, ímpar.
Seja uma pessoa que eu admiro por ser diferente, ou original, e ter uma boa relação ou uma pessoa que se contenta em ficar solo, que celebremos nossa capacidade de ser e estar ímpar. Que sejamos ímpares.